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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Benefícios do óleo de cártamo: mito ou fato?


 

Apesar da promessa de emagrecimento e melhora do perfil metabólico, alegações de benefícios para a saúde associados ao consumo do óleo ainda necessitam de comprovações científicas.

Os óleos vegetais ganharam recentemente as prateleiras das farmácias e têm se destacado em sites especializados na internet. Sob a forma de cápsulas, as promessas para quem os consome vão desde a aceleração do metabolismo das gorduras, atenuação de processos inflamatórios, controle nos níveis de colesterol e açúcar no sangue até a promoção do emagrecimento. Entre os óleos, o de cártamo parece ser o preferido dos consumidores na atualidade.

O cártamo é uma planta rústica resistente a climas secos, cultivado em diversos países em solos áridos ou semiáridos. De origem asiática, a planta foi muito utilizada para tingir a seda. O óleo da semente do cártamo tem uso culinário. Em termos nutricionais, apresenta um alto teor de ácidos graxos poli-insaturados, especialmente de ácido linoleico, que corresponde a 74% do conteúdo total. Apresenta ainda altos níveis de antioxidantes, como polifenois e tocoferol.

As investigações acerca dos efeitos metabólicos do óleo de cártamo ainda são escassas e em sua maioria realizadas com animais. Uma das poucas pesquisas com humanos que foi realizada, suplementou 55 mulheres obesas na pós-menopausa e portadoras de diabetes mellitus tipo 2, com 8g de óleo de cártamo por dia, durante 36 semanas. O óleo de cártamo não teve nenhum efeito sobre o IMC ou a massa adiposa total, mas reduziu a massa adiposa do tronco e promoveu um aumento da massa magra. Além disso, o grupo que recebeu o óleo de cártamo reduziu significativamente a glicemia de jejum e aumentou os níveis de adiponectina.
Em uma pesquisa semelhante (35 mulheres obesas suplementadas com 8g de óleo de cártamo por dia, durante 16 semanas), foi identificada uma diminuição significante nos níveis de hemoglobina glicada e proteína C reativa. Além disso, houve um aumento nos níveis de HDL-colesterol.

Os mecanismos de ação ainda não estão completamente elucidados. E com relação à segurança e ao risco de toxidade deste óleo, uma pesquisa revelou que o consumo de 10,8g de óleo de cártamo por dia durante 12 semanas não produziu alterações na função hepática. Análises dos parâmetros sanguíneos (bilirrubina e células da série branca e vermelha) também não apresentaram alterações significantes. Apesar disto, 30% dos voluntários relataram efeitos adversos, entre eles diarreia, dor abdominal, humor deprimido, febre, dores de cabeça, inflamação nasal e adenoidite.

Com base nestes resultados, ainda é prematura a afirmação dos reais benefícios para a saúde associados à suplementação com óleo de cártamo. Ainda são necessárias novas pesquisas comprovando sua ação sobre o metabolismo energético e controle do peso corporal.

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