Apesar da promessa de emagrecimento e melhora do perfil
metabólico, alegações de benefícios para a saúde associados ao consumo do óleo
ainda necessitam de comprovações científicas.
Os óleos vegetais ganharam recentemente as prateleiras das
farmácias e têm se destacado em sites especializados na internet. Sob a forma
de cápsulas, as promessas para quem os consome vão desde a aceleração do
metabolismo das gorduras, atenuação de processos inflamatórios, controle nos
níveis de colesterol e açúcar no sangue até a promoção do emagrecimento. Entre
os óleos, o de cártamo parece ser o preferido dos consumidores na atualidade.
O cártamo é uma planta rústica resistente a climas secos,
cultivado em diversos países em solos áridos ou semiáridos. De origem asiática,
a planta foi muito utilizada para tingir a seda. O óleo da semente do cártamo
tem uso culinário. Em termos nutricionais, apresenta um alto teor de ácidos
graxos poli-insaturados, especialmente de ácido linoleico, que corresponde a
74% do conteúdo total. Apresenta ainda altos níveis de antioxidantes, como
polifenois e tocoferol.
As investigações acerca dos efeitos metabólicos do óleo de
cártamo ainda são escassas e em sua maioria realizadas com animais. Uma das
poucas pesquisas com humanos que foi realizada, suplementou 55 mulheres obesas
na pós-menopausa e portadoras de diabetes mellitus tipo 2, com 8g de óleo de
cártamo por dia, durante 36 semanas. O óleo de cártamo não teve nenhum efeito
sobre o IMC ou a massa adiposa total, mas reduziu a massa adiposa do tronco e
promoveu um aumento da massa magra. Além disso, o grupo que recebeu o óleo de
cártamo reduziu significativamente a glicemia de jejum e aumentou os níveis de
adiponectina.
Em uma pesquisa semelhante (35 mulheres obesas suplementadas
com 8g de óleo de cártamo por dia, durante 16 semanas), foi identificada uma
diminuição significante nos níveis de hemoglobina glicada e proteína C reativa.
Além disso, houve um aumento nos níveis de HDL-colesterol.
Os mecanismos de ação ainda não estão completamente
elucidados. E com relação à segurança e ao risco de toxidade deste óleo, uma
pesquisa revelou que o consumo de 10,8g de óleo de cártamo por dia durante 12
semanas não produziu alterações na função hepática. Análises dos parâmetros
sanguíneos (bilirrubina e células da série branca e vermelha) também não
apresentaram alterações significantes. Apesar disto, 30% dos voluntários
relataram efeitos adversos, entre eles diarreia, dor abdominal, humor
deprimido, febre, dores de cabeça, inflamação nasal e adenoidite.
Com base nestes resultados, ainda é prematura a afirmação
dos reais benefícios para a saúde associados à suplementação com óleo de
cártamo. Ainda são necessárias novas pesquisas comprovando sua ação sobre o
metabolismo energético e controle do peso corporal.
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